Cine “Before Sunrise”..


Before Sunrise ou Antes do Amanhecer..
É um filme produzido pelos EUA, Suíça e Áustria, lançado em 1995, do gênero romance e dirigido por Richard Linklater. Céline, uma jovem francesa, e Jesse, um rapaz norteamericano que está na Europa, encontram-se casualmente em um trem, e despertam para uma paixão repentina. No dia seguinte a jovem irá para Paris e o jovem voltará aos Estados Unidos. Ele então a convida para descerem do trem em Viena para um passeio que dura a noite toda, até o amanhecer.

Aqui uma pequena cena do filme em que Jesse e Celine fingem conversar com seus amigos por telefone. 
Legendas em francês.

Valeria Bruni-Tedeschi “Actrice Française”


Valeria Bruni-Tedeschi
À Flor Da Pele
Salvo seu nome, nada poderia trair as origens italianas desta frágil e delicada atriz. Tornou-se diretora, em 2003, com É mais fácil para um camelo, uma confissão leve como o vento de primavera, que narra a história agitada de sua riquíssima família, condenada ao exílio na França para fugir das ameaças das Brigadas Vermelhas. Antes de filmar essa ficção auto-biográfica arriscada, na qual dinheiro é sinônimo de infelicidade, Valeria Bruni-Tedeschi, formada pela École des Amandiers, de Patrice Chéreau, já havia iniciado uma bela carreira de atriz, apesar de interpretar sempre os mesmos papéis de mulher meiga e desorientada. Embora não se sinta à vontade em sua língua materna, atua esporadicamente em filmes italianos como os do diretor Mimmo Calopresti: “Quando falo esta língua, sinto-me desajeitada e muito frágil, como se estivesse em família”. Para esta mulher com sensibilidade à flor da pele, a França, mais que um país de adoção, tornou-se uma terra de refúgio.
Valeria Bruni-Tedeschi
À Fleur de Peau
En dehors de son nom, rien ne pouvait trahir les origines italiennes de cette actrice fragile er frémissante, avant qu’elle ne devienne réalisatrice en 2003 en signant Il est plus facile pour un chameau. Une confession légère comme un vent de printemps, où elle raconte l’histoire mouvementée de sa famille richissime, condamnée à s’exiler en France quand les Brigades Rouges menacèrent de la prendre pour cible. Avant de tourner cette autofiction risquée sur l’argent qui fait le malheur, Valeria Bruni-Tedeschi avait déjà une belle carrière d’actrice, formée à l’école des Amandiers de Patrice Chéreau et abonnée aux rôles de douces désaxées. A l’occasion, elle joue en italien, avec des réalisateurs comme Mimmo Calopresti, mais en ressent presque une gêne: “C’est une langue où je me sens maladroite et très fragile, comme quand je parle en famille”. Plus qu’un pays d’adoption, la France semble donc être une terre de protection pour cette femme à fleur de peau.
Valeria Bruni-Tedeschi
A Flor de Piel
Salvo su nombre, nada poderia trair las orígenes italianas de esta frágil y delicada atriz. Se convertió directora en 2003, con 
 Il est plus facile pour un chameau, una confesión leve como el viento de primavera, que narra la história agitada de su riquísima família, condenada al exilio en Francia para huir de las amenazas de las Brigadas Rojas. Antes de filmar esta ficción auto-biografica arriesgada, en la cual dinero es sinonimo de infelicidad, Valeria Bruni-Tedeschi, formada por la École des Amandiers, de Patrice Chéreau, ya habia iniciado una bella carrera de actriz, apesar de interpretar siempre los mismos papeles de mujer amorosa y desorientada. Sin embargo no se siente bien en su lengua materna, actua en películas italianas como en las del director Mimmo Calopresti: “Cuando hablo esta lengua, me siento desastrada y muy fragil, como si estuviera en família”. Para esta mujer con sensibilidad a flor de piel, la Francia, más que un país de adopción, se convertió en una tierra de refugio.

Mathieu Kassovitz “Acteur Française”

Os Novos Rostos do Cinema Francês
Versão Masculina, Mathieu Kassovitz
Filho de um diretor e de uma editora de cinema, ele começa a sua carreira cinematográfica como assistente de direção em vários sets e posteriormente dirige três curtas de sucesso no início dos anos 90. Ator por necessidade, ele interpreta o seu primeiro grande papel em 1994 com o famoso diretor Jacques Audiard, em “Regarde les Hommes Tomber”, O Declínio dos Homens, ao lado do artista Jean-Louis Trintignant. No ano seguinte, é o sucesso de “La Haine”(O Ódio), César de melhor filme e Prêmio de Direção do Festival de Cannes. Em seguida dirige “Assassin(s), com Michel Serrault, em 1997, filme que encena a violência televisiva, o filme é rejeitado pelo público e pela crítica. Ele opta, então, por uma obra mais consensual com o thriller “Les Rivières Pourpres”(Os Rios Púrpuras), enorme sucesso comercial e internacional. Atuou como padre humanista em Amén de 2002, de Costa-Gravas, produziu filmes em parceria com Luc Besson, foi considerado “homem do futuro”, pelo Nesweek e é pai de três filhos: Mathieu Kassovitz definitivamente renegou a sua cólera. Está até dando início a uma carreira norte americana.
Les Nouveaux Visages du Cinéma Français
Côté Hommes Mathieu Kassovitz
Fils d’un réalisateur et d’une monteuse, il travaille d’abord comme assistant sur de très nombreux tournages, avant de signer trois courts métrages remarqués au début des années 1990. Comédien par nécessité, il trouve son premier grand rôle devant la caméra de Jacques Audiard, dans “Regarde Les Hommes Tomber”, aux côtés de Jean-Louis Trintignant, en 1994. L’année suivante, c’est le choc de “La Haine”, César du meilleur film et Prix de la mise en scène au Festival de Cannes. Après “Assassin(s), avec Michel Serrault, en 1997, fable autour de la violence télévisuelle, boudée par le public et la critique, il opte pour une oeuvre plus consensuelle avec le thriller “Les Rivières Pourpres”, énorme succès commercial et international. Prêtre humaniste dans Amen, 2002, de Costra-Gravas, producteur reconnu associé à Luc Besson, “homme du futur” pour Newsweek et père de trois enfants, Mathieu Kassovitz a définitivement remisé sa hargne. Il entame même une carrière américaine.
Los Nuevos Rostros del Cine Francés
Los Actores Mathieu Kassovitz
Hijo de un realizador y de una montadora, primero trabajó de ayudante en numerosos rodajes, antes de firmar tres destacados cortos a principios de los años 90. Actor por necessidade, su primer gran papel lo encontró ante la cámara de Jacques Audiard, en “Regarde Les Hommes Tomber”, junto a Jean-Louis Trintignant, en 1994. Al año siguiente, fue “El Odio”, César a la mejor película y Premio a la escenografía en el Festival de Cannes. Después de Assassin(s), con Michel Serrault, en 1997, fábula sobre la violencia televisual, sin éxito entre el público y la crítica, optó por una obra consensual con la película policíaca “Los Ríos de Color Púrpura”, gran éxito comercial e internacional. Cura humanista en Amén de 2002, de Costa-Gravas, productor reconocido socio de Luc Besson “hombre de futuro” para Newsweek y padre de tres hijos Mathieu Kassovitz ha dejado de lado su brusquedad definitivamente, incluso está empezando una carrera americana.
Neue Gesichter im Französischen
Kino Männer Mathieu Kassovitz
Als sohn eines Regisseurs und einer Cutterin arbeiter er zunächst als Assistent bei zahlreichen Filmen, bevor er drei Kurzfilme realisiert, auf die man Anfang 1990 aufmerksam wird. Als Schauspieler sozusagen aus der Not heraus findet er seine erste Rolle vor der Kamera von Jacques Audiard, dans “Regarde Les Hommes Tomber”, an der Seite von Jean-Louis Trintignant im Jahr 1994. Im darauf folgenden Jahr kommt schlieBlich der Schock mit dem Film “Hass”, der den César für den besten Inszenierung in Cannes erhielt. Nach “Assassin(s), mit Michel Serrault, im Jahr 1997, eine Geschichte über Gewalt im Fernsehen, entschied er sich für ein gefälligeres Stück mit dem Thriller “Die Purpurnen Flüsse”. Der Streifen war ein Kassenhit und ein internationaler Erfolg. Als humanistischer Priester in Amen, 2002 von Costa-Gravas, ein anerkannter Produzent und Gesellschafter von Luc Besson, für Newsweek auch der “Mann der Zukunft” und Vater von drei Kindern hat Mathieu Kassovitz endgültig seine Bissigkeit abgelegt. Er beginnt jetzt sogar eine karriere in Amerika.

Audrey Tautou “Actrice Française”

Os Novos Rostos do Cinema Francês
Versão Feminina, Audrey Tautou
O sucesso do Fabuloso Destino de Amélie Poulain, de Jean-Pierre Jeunet (bilheteria de 8 milhões na França e cerca de 20 milhões em outros países) fez de Audrey Tautou o sorriso mais popular de 2002. Prêmio César de melhor atriz revelação 2000 por (Venús Beauté, de Tonie Marshall), ela se tornou, em poucas aparições, uma estrela internacional, novinha em folha. Com seu lindo rosto de menina ingênua, graciosa como a estrela que inspirou o seu nome “Audrey Hepburn”, ela conquistou o grande público, portais na internet e clubes de fãs de Amélie multiplicam-se, sem porém, afetar sua simplicidade. “Não pratico a introspecção, confio no meu inconsciente” disse ela em uma entrevista, ainda surpresa pelo seu sucesso. Pouco antes de Amélie, ela interpretou, em (Dieu est grand, je suis toute petite, de Pascale Bailly), o papel de uma mulher sem rumo que precisa acreditar em algo. A partir de então, todos disputam sua participação o que não compromete seu bom senso, opta por trabalhar no primeiro filme de uma total desconhecida de 25 anos (A la folie, pas du tout, de Laetitia Colombani), no qual interpreta uma erotomaníaca que persegue assiduamente um cardiologista casado, mais uma prova de sua versatilidade. “Tomara que tudo esteja condensado nos três primeiros anos da minha carreira, diz, ainda restam algumas belas aventuras a serem vividas nas telas do cinema”.
Les Nouveaux Visages du Cinéma Français
Coté Femmes, Audrey Tautou
Le Triomphe du Fabuleux Destin d’Amélie Poulain, de Jean-Pierre Jeunet (8 millions d’entrées en France, près de 20 millions à l’étranger) a fait de son sourire le plus médiatisé de 2002. Audrey Tautou (César du meilleur espoir féminin 2000 pour “Vénus Beauté, Institut”, de Tonie Marshall) est instantanément devenue une star internacionale. Une star toute neuve, puisqu’elle a très peu tourné. Joli minois d’ingénue, aussi gracieuse que l’étoile à qui elle doit son prénom “Audrey Hepburn”, les sites internet et les clubs de “fans d’Amélie” n’ont pas entamé sa fraîcheur. “Je ne pratique pas l’introspection, je me fie juste à mon inconscient” dit-elle, tout étonnée de son succès. On l’a retrouvée dans le rôle d’une paumée qui a besoin de croire en quelque chose dans ” Dieu est grand, je suis toute petite”, de Pascale Bailly, tourné juste avant “Amélie”. Depuis, on la réclame partout, mais elle a gardé la tête froide, choisissant le premier film d’une inconnue de 25 ans (A la folie, pas du tout, de Laetitia Colombani), où elle incarne une érotomane poursuivant de ses assisuités un cardioloque marié. Preuve qu’elle saura varier les emplois. “Pourvu que tout n’ait pas été condensé sur les trois premières années de ma carrière, dit-elle, il me reste quelques belles aventures à vivre sur grand écran”.
Los Nuevos Rostros del Cine Francés
Las Actrices, Audrey Tautou
El Triunfo de Amélie, de Jean-Pierre Jeunet (8 millones de entradas en Francia, y unos 20 millones fuera de ella) ha hecho que su sonriza sea la más mediatizada del 2002. Audrey Tautou (César a la mejor promesa femenina 2000 por (Venus salón de belleza de Tonie Marshall) se ha convertido instantáneamente en una estrella internacional. Una nueva estrella, ya que ha rodado muy poco. Carita de ingenua, tan encantadora como la estrella a la que le debe su nombre “Audrey Hepburn”, los sitios Internet y los clubes de fans de Amélie, no han mermado su espontaneidad. ” No practico la introspección, sólo confío en mi subconsciente”, dice asombrándose de su éxito. La hemos vuelto a ver en el papel de chica desorientada que necesita creer en algo en (Dieu est grand, je suis toute petite, de Pascale Bailly), rodada un poco antes que Amélie. Desde entonces la reclaman por todas partes, pero ella sigue con la cabeza en su sitio y ha elegido la primera película de una desconocida de veinicinco años (A la folie, pas du tout, de Laetitia Colombani), en la que encarna a una erotómana que acosa a un cardiólogo casado, mostrando que sabrá variar los papeles. “Ojalá que no se haya concentrado todos los tres primeros años de mi carrera, me quedan por vivir algunas aventuras extraordinarias en la pantalla grande”.
Neue Gesichter im Französischen
Kino Frauen Audrey Tautou
Der Triumph von Die Fabelhafte Welt der Amélie von Jean-Pierre Jeunet (acht Millionen Eintritte in Frankreich und fast zwanzig Millionen im Ausland) hat aus ihrem Lächeln das medienwirksamste Lächeln des Jahres 2002 gemacht. Audrey Tautou (sie erhielt den César als beste Nachwuchsschauspielerin 2000 für “Venus Beauté, Institut” von Tonie Marshall) wurde sofort zum internationalen Star. Ein ganz neuer Star, denn sie hat nur wenige Filme gedreht. Sie hat ein offenes, schönes Gesicht und ist ebenso anmutig wie die Schaupielerin, der sie ihren Vornamen verdankt “Audrey Hepburn”. “Ich betreibe Keine Selbsbeobachtung, Ich vertraue nur meinem Unterbewusstsein”, sagt sie, selbst noch ganz erstaunt über ihren Erfolg. Man kann sie aber auch in der Rolle der Orientierungslosen und Verrirten sehen, die sie in “Dieu est grand, je suis toute petite” von Pascale Bailly gespielit hat. Der Film wurde noch vor “Amélie” gedreht. Dann hat sie sich für den Erstlingsfilm einer 25-jährigen Unbekannten entschieden (A la folie, pas du tout) von Laetitia Colombani, in dem sie eine Erotomanin spielt, die einen verheirateten Herzspezialisten verfolgt. Ein Beweis dafür, dass sie die Rollen varrieren Kann: “Hoffentlich hat sich der Erfolg nicht auf die ersten drei Jahre meiner Karriere beschränkt, ” sagt sie, “ich habe noch einige schöne Abenteuer vor der Kamera zu erleben”.

+ Sobre Filmes e Atores..

+ Sobre Filmes e Atores..
Filmes, Atrizes e Atores
Como falei ano passado, esse ano também incluirei algumas resenhas de filmes e videos, consegui um filme espanhol que é a sensação do momento “Albergue Espanhol”, é a versão em espanhol com uma dublagem bem da vagabunda, esse filme é de 2002 e fez muito sucesso entre os mochileiros e viajantes, além desse comprei no camelô “Bonecas Russas” de 2004, não me pergunte como, mas o carinha tinha o bendito filme, já fazia um tempo que estava procurando e nem original achei por aqui, “Bonecas Russas” é a continuação da história de Xavier e seus amigos, agora ele vive sua vida entre Paris e Londres escrevendo folhetins românticos. A queridinha da França Audrey Tautou é uma das que participam no filme, inclusive tenho uma resenha bibliográfica sobre ela. Outro que merece destaque é o ator do filme “Amén” Mathieu Kassovitz, além de mais algumas resenhas de filmes, atores e atrizes.

Madame Bovary!


Madame Bovary, L’Histoire..
Madame Bovary é um romance escrito por Gustave Flaubert que resultou num escândalo ao ser publicado em 1857. Quando o livro foi lançado, houve na França um grande interesse pelo romance, pois levou seu autor a julgamento.
Ele foi levado aos tribunais acusado de ofensa à moral e à religião, num processo contra o autor e também contra Laurent Pichat, diretor da revista Revue de Paris, em que a história foi publicada pela primeira vez, em episódios e com alguns pequenos cortes. A Sexta Corte Correcional do Tribunal do Sena absolveu Flaubert, mas o mesmo procedimento não foi adotado pelos críticos puritanos da época, que não perdoaram o autor pelo tratamento cru que ele tinha dado, no romance, ao tema do adultério, pela crítica ao clero e à burguesia (Gostava do mar apenas pelas suas tempestades e da verdura só quando a encontrava espalhada entre ruínas. Tinha necessidade de tirar de tudo uma espécie de benefício pessoal e rejeitava como inútil o que quer que não contribuísse para a satisfação imediata de um desejo do seu coração – tendo um temperamento mais sentimental do que artístico e interessando-se mais por emoções do que por paisagens).

É considerada por alguns autores como a primeira obra da literatura realista.
“Emma Bovary c’est moi” (Emma Bovary sou eu), disse Gustave Flaubert (1821-1880), o criador deste que é por muitos considerado o ápice da narrativa longa do século XIX – o chamado século de ouro do romance. Flaubert, o esteta, aquele que buscava o mot juste (a palavra exata) e burilava os seus textos por anos a fio, imbuiu-se da consciência e da sensibilidade da sua personagem. Atingiu, com a irretocável prosa de Madame Bovary, um dos mais altos graus de penetração e análise psicológica da literatura universal.

Madame Bovary é uma obra capital na literatura do seu tempo, um daqueles livros que dão início a uma época literária. Tomando propositadamente um tema sem grandeza aparente, Flaubert quis obrigar o seu talento a enfrentar dificuldades técnicas que o levassem a vencer o romantismo exacerbado que o dominava. O resultado foi a obra-prima que o leitor tem em mãos e que Émile Zola descreveu da seguinte maneira: “Quando Madame Bovary apareceu, foi uma completa revolução literária. Teve-se a impressão de que a fórmula do romance moderno, esparsa pela obra colossal de Balzac, fora reduzida e claramente enunciada nas quatrocentas páginas de um único livro. Estava escrito o código da nova arte”.

Crítica tirada do site Sem Salvação(28/10/2004)
A análise do filme é prejudicada pela leitura do livro. Por ser baseado em um clássico da literatura, é impossível fugir da comparação entre as duas obras. O filme tem um ritmo lento, câmeras paradas, poucas músicas, e um narrador que conta a história na medida em que o tempo passa. Vale ressaltar que o narrador geralmente não tem a necessidade de se fazer presente, uma vez que o que ele conta é redundante, pois é o que a cena mostra. Na cena em que inicia o baile, o narrador diz: e chegou o dia do baile.

Apesar de ser considerada por alguns críticos uma das melhores atrizes francesas, a personagem de Huppert, Madame Bovary, é inexpressiva e não demostra emoções durante praticamente todo o filme. Entendemos a dificuldade de reproduzir uma personagem Mesmo no dia em Emma diz ser o mais feliz de sua existência, no baile, ela não expressa-se como tal. O filme não consegue retratar a essência da obra de Flaubert. Por ser um romance intimista e existencialista, nós ficamos conhecendo a Madame Bovary através de seus pensamentos, angústias e reações. Apesar do filme manter-se até bem fiel ao livro, a atriz e o filme não conseguem reproduzir a crise que a personagem vive. Mas entendemos e questionamos: como filmar o aborrecimento sem ser fastidioso?

Sem inovações estéticas, o filme é bem tradicional. Os diálogos são quase poéticos, muito semelhantes aos do livro, soam falso. As cenas são sempre muito paradas, com exceção da cena em que Boulanger seduz Emma, onde as cenas entre os dois são intercaladas com a cena do discurso do prefeito, e inclusive os diálogos fazem parte de um único enredo, se misturam e reforçam um ao outro. Outro recurso usado no filme é a reação de Emma quando lê a carta de Rodolphe Boulanger, quando o mesmo desmarca a viagem de fuga dos dois, onde é usada a sombra de Emma. Além disso, quando Emma se envenena com Arsênico, a câmera assume o olhar dela, ou seja, a câmera fica desfocada e cambaleante, como se fosse a própria Emma e os efeitos do veneno agindo sobre ela. Ainda sobre a utilização de recursos, aparece três vezes no filme, de forma abrupta, um cego horrendo, que assusta o telespectador com a maneira como ele aparece em cena.

O ponto mais importante da história seria o baile, onde Emma passa a ter ilusões e a viver literalmente da imaginação de histórias românticas. O estranho é que no filme Emma passa inexpressiva durante a festa, ela observa pessoas com as quais se identifica mas não parece admirá-las, parece que ela apenas observa. É como se Emma estivesse num sonho, e idealizasse tudo o que vive. O filme também mostra a inexperiência da Igreja em abordar problemas existenciais das pessoas. Ao procurar ajuda na Igreja, Emma se depara com o padre, que acredita que quem tem pão e casa é abençoado por Deus e não existe infelicidade.

Algumas críticas sociais ficam perceptíveis no filme, como a futilidade dos valores burgueses, a inutilidade da igreja quantos aos males da alma, a crítica ao romantismo, que ilude a cabeça das pessoas, que passam a achar que a vida deve ter grandes amores e grandes emoções. Emma tem a imaginação exaltada pelas leituras românticas, e isso fica claro no filme. Segundo Neusa Barbosa, crítica do site www.cineweb.com.br , “o grande acerto da interpretação de Huppert está em colocar em evidência a enorme sede de viver de sua personagem, aproximando o espectador da humanidade desta que é uma das grandes personagens trágicas da literatura mundial”.

Adorei essa crítica, por isso ela está aqui presente.

A paixão segundo Flaubert: “Madame Bovary” completa 150 anos
18/08/2007 18:18:01 – Jornal A Gazeta
Tiago Zanoli

Leia um trecho do livro ‘Madame Bovary’ de Gustave Flaubert
Após uma longa e conturbada trajetória, o escritor francês Gustave Flaubert publicou, em abril de 1857, a versão definitiva de seu célebre e polêmico romance “Madame Bovary”. O livro, que completa 150 anos, ganha uma edição comemorativa da editora Nova Alexandria, que acaba de chegar às prateleiras.

O romance já havia sido publicado em seis capítulos na “Revue de Paris”, de 1º de outubro a 15 de dezembro de 1856. Foi essa publicação que levou o autor às barras do Tribunal Correcional de Paris, em 29 de janeiro de 1857, sob a acusação de atentar contra os bons costumes e a religião, por narrar a história de adultério da protagonista, Emma.

Embora Flaubert tenha se sentado no banco “dos bandidos e dos pederastas” (como ele disse), o peso de sua obra na literatura universal é imenso. “O romance abre o leque de todas as experiências modernas, e eu diria até pós-modernas, na literatura”, afirma Telma Martins Boudou, 65 anos, doutora em Literatura Francesa pela Universidade de Caen, na França.

Ela é autora do livro “Madame Bovary no Tribunal do Júri”, em que conta a história por trás do romance, envolvendo o processo que sofreu o autor. “Aí entra a ironia, pois o livro depois vai se tornar obra-prima. Hoje não se pode falar em modernismo sem falar em Flaubert.”

Se a temática do adultério foi justamente causa de grande polêmica na época, Telma diz que, futuramente, ela abriria espaço para uma série de criações. Ela cita, por exemplo, a Luísa de “O Primo Basílio”, de Eça de Queiroz. “Ele foi um leitor de Flaubert e, dessa leitura, reescreveu a sua história de adultério.” Além disso, vários críticos enxergam em Emma Bovary a matriz de personagens como Ana Karenina, de Tolstói, ou a Nora de “Casa de Bonecas”, do norueguês Henrik Ibsen.

“Nas entrelinhas, Flaubert mostra o adultério como uma tentativa de se perseguir sonhos que você não consegue realizar”, explica Telma. Segundo ela, a história do adultério representa a morte das ilusões. “Flaubert vê isso e diz ‘vou me segurar na última ilusão’, que é a arte. Das ilusões, é a que menos mente, ele diz.”

Ressonâncias
A professora de literatura Kamila Brumatti Bergamini, 26 anos, encontra semelhanças entre Bovary e as personagens de Clarice Lispector. “A semelhança se dá, principalmente, pela questão do desejo. Em ‘A Paixão Segundo G.H.’, por exemplo, a protagonista remonta a história do Ocidente e fala sobre o problema do desejo da mulher”, explica.

Para ela, é possível afirmar que Emma Bovary é um dos primeiros personagens em que aparece a figura da mulher e o desejo de maneira indissociável. “Naquela época, a mulher não podia ter desejos. Mas ela deseja o tempo todo ser rica, uma espécie de socialite para aqueles padrões. Ela deseja, a todo momento, ser uma personagem dos romances que lê.”

Kamila chama a atenção para o fato de as pessoas terem acreditado, na época, que o texto literário fosse um relato real, tamanha a riqueza de detalhes com que Flaubert descreveu as cenas e os personagens. “Aí temos a célebre frase de Flaubert: ‘Madame Bovary sou eu!’ Ou seja, a literatura é imaginação. Por mais que se assemelhe ao real, nunca o será.”



Bovary nas Telas
Adaptação Marcante

“Madame Bovary” teve mais de 20 adaptações para as telas, incluindo filmes, telefilmes e minisséries. A mais premiada delas foi dirigida pelo mestre Claude Chabrol (em cartaz no Brasil com “A Comédia do Poder”, de 2006). A anti-heroína criada por Gustave Flaubert foi eternizada pela atriz Isabelle Huppert. Pelo papel, a atriz foi indicada ao Oscar e venceu o Cesar da categoria. O filme também recebeu indicações para o Oscar de Melhor Figurino (assinados pela premiada Corinne Jorry) e para o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro.

Olhar de Mestre
Flaubert recebeu uma homenagem do nonagenário cineasta português Manoel de Oliveira, admirador do trabalho do escritor francês. Um de seus filmes mais elogiados, “Vale Abraão” (1993), tem como protagonista Ema Cardeano Paiva, interpretada pela diva do cinema lusitano Leonor Silveira. Deficiente física, Ema era chamada por algumas pessoas de “Madame Bovarinha”.

Pioneiro
A primeira vez que a personagem apareceu em uma produção audiovisual deu-se em 1911, pelas mãos do diretor belga Alfred Machin. Tratava-se de um curta de comédia, em que Bovary atendia pelo nome de Babylas e era apaixonada por animais.

Confira
“Madame Bovary”, de Gustave Flaubert. Nova Alexandria, 360 páginas. Quanto: R$ 46,70, em média.
“Madame Bovary no Tribunal do Júri”, de Telma Martins Boudou. Flor & Cultura, 128 páginas. Quanto: R$ 25, em média.

Cyrano de Bergerac e Madame Bovary na TV
Este mês no canal a cabo Eurochannel: “Cyrano de Bergerac” e “Madame Bovary”, indico ler os dois livros e depois assistir os filmes ou vice-versa, ótimos filmes O “Cyrano” é fácil de locar, vende até DVD, agora o “Madame Bovary” é uma relíquia, uma locação pode custar entre 30 a 70 reais e o vídeo está em torno de 100 reais, um absurdo!! Quem tiver TV a cabo vale a pena.

Texto original escrito em 14 de setembro de 2004.

Cyrano de Bergerac!


Cyrano de Bergerac, o Verdadeiro “L’Histoire”..
O Valente espadachim e romântico poeta Cyrano de Bergerac não é fruto da imaginação criativa de Edmond Rostand : Saviniano Hércules Cyrano de Bergerac nasceu em Paris em 1619. Aos 19 anos abraça a carreira militar, tornando-se cadete da Guarda de Paris. Participa de várias batalhas, inclusive do cerco de Arras , onde recebe forte golpe na garganta, o que encerra sua vida militar. Em 1653, passa a trabalhar na casa do duque de Arpajon, instalando-se no palácio de Marais, onde é ferido na cabeça devido à queda de um pedaço de madeira do teto. Em 1655, pressentindo a morte, vai para a casa de uma prima- a baronesa de Neuvillette-, vindo a falecer cinco dias depois. Cyrano talvez não tenha tido a coragem, o heroísmo e a nobreza do personagem de Rostand.


Mas era um homem polêmico e dedicado à cultura. Foi escritor, teatrólogo, filósofo, ensaísta, comediante e boêmio. E parece que tinha realmente um enorme nariz, motivo de zombarias que o levavam a bater-se em duelo com muita freqüência. Sua obra é pouco expressiva, mas curiosa. Escreveu um volume de Cartas, muitas contendo ataques vigorosos a personalidades da época; uma comédia, Le pédant joué, onde critica seus antigos chefes militares; uma tragédia. A morte de Agripina, citada na peça de Rostand; e uma obra audaciosa, chamada O outro mundo. Muitos dos fatos e personagens incluídos em Cyrano de Bergerac são verídicos, como a batalha de Arras e o inimigo Montfleury. 



O famoso escritor Moliére foi realmente contemporâneo de Cyrano, e parece ter sofrido alguma influência dele ( na peça, é acusado de plagiá-lo). Rostand cita também personagens de outros autores do século XVII, como por exemplo D’Artagnan, o conhecido herói da obra Os três mosqueteiros, de Alexandre Dumas. Quanto a Roxana, teria sido a prima que acolheu Cyrano pouco antes de sua morte. Não se sabe , porém, se a devotada paixão do célebre narigudo era real, nem tão intensa. Na peça , a jovem aparece como uma “preciosa”, uma típica mulher da sociedade parisiense de meados do século XVII, que frequentava salões mundanos, usando linguagem rebuscada e artificial. Embora Molière as tenha satirizado em sua peça As Preciosas ridículas, Rostand não apresenta uma Roxana caricatural, apesar de ela se mostrar um tanto frívola e fascinada pela literatura empolada de Cyrano. Cyrano de Bergerac foi representada em inúmeros países. No Brasil foi traduzida em 1907 por Carlos Porto Carreiro, cujo trabalho admirável é uma verdadeira proeza de habilidade lingüística.


Cyrano de Bergerac, Le Filme..
Cyrano De Bergerac” ( FRA – 1990 – 135m)
Autor: Edmund Rostand
Direção: Istvan Szabo
Informações Técnicas
Título no Brasil: Cyrano
Título Original: Cyrano de Bergerac
País de Origem: França
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 135 minutos
Ano de Lançamento: 1990
Direção: Jean-Paul Rappeneau

Elenco
Gérard Depardieu … Cyrano De Bergerac
Anne Brochet … Roxane
Vincent Perez … Christian de Neuvillette
Jacques Weber … Comte De Guiche
Roland Bertin … Ragueneau
Philippe Morier-Genoud … Le Bret
Pierre Maguelon … Carbon de Castel-Jaloux
Josiane Stoléru … The Duenna
Anatole Delalande … The Child
Alain Rimoux … The Father
Philippe Volter … Vicomte de Valvert
Jean-Marie Winling … Lignière
Louis Navarre … The Bore
Gabriel Monnet … Montfleury
François Marié … Bellerose


Casting:
Vincent Pérez. Ce jeune suisse de Lausanne est au début de sa carrière prometteuse. Le rôle du romantique, timide, Christian lui vaudra les louanges du public. Vincent Pérez enchaînera des avec des succès comme Indochine, La Reine Margot, The Crow 2, Le Bossu ou encore le dernier Chéreau Ceux qui m’aiment prendront le train. Maniant aussi bien sa carrière que l’épée, il n’oublie pas les réalisateurs indépendants et s’exporte (Au-delà des nuages, Liniya zhizni, I Dreamed of Africa).
Anne Brochet. Actrice oscarisée pour son rôle dans Tous les matins du monde, Anne Brochet se veut discrète tournant en moyenne un film tous les deux ans. Cependant, on s’accorde volontiers à dire qu’elle est une des actrice les plus douée de sa génération. Elle aussi ira tourner à l’étranger, en Irlande plus précisément, Driftwood de Ronan O’Leary.

Réalisateur:
Jean-Paul Rappeneau. Rappeneau a un don… Tous ses films font parler d’eux… On les compte sur les doigts de la main, 6 en 30 ans. C’est en tant que scénariste qu’il débute pour les réalisateurs de la Nouvelle Vague. Il adaptera, déjà, un roman de Raymond Queneau, Zazie dans le Métro. Son passage derrière la caméra se fera sur le ton de la comédie et avec des acteurs de haute pointure : Catherine Deneuve, Philippe Noiret, Yves Montand, Jean-Paul Belmondo, Gérard Depardieu, Juliette Binoche. La vie de Château (1966) recevra e prix Louis-Delluc et le prix spécial du jury au Festival de Karlovy-Vary. Mais le public tombera sous le charme du Sauvage et de Tout Feu, tout flamme. Puis le succès devient mondial avec Cyrano de Bergerac, pour lequel il fera jouer dans le rôle-titre, Gérard Depardieu. Cyrano, tourné en 1990, laissera place au Hussard sur le Toit, Rappeneau deviendrait-il classique?

A História..
Cyrano ama desde a infância a sua prima Roxanne, mas nunca teve a coragem de lhe declarar essa paixão. Ele julga-se desfigurado, devido ao seu longo nariz, e admite nunca poder vir a ser amado por uma mulher. Pelo seu lado, Roxanne, que nutre por Cyrano uma enorme simpatia, tem como ideal de homem a beleza e o espírito. Ao conhecer Christian, Roxanne apaixona-se por ele, mas este é tímido e não consegue manter uma relação normal com uma mulher. É então que Cyrano ajuda Christian, escrevendo-lhe longas e belas cartas de amor que vão tornar ainda maior a paixão de Roxanne por Christian. Só que Christian não vai aguentar por muito tempo esta situação e Roxanne vai então descobrir o autor de tão belas cartas de amor…
A história clássica de Edmond Rostand, no que muitos consideram a versão definitiva. Depardieu vive o atormentado e brilhante poeta cujo gigantesco nariz o envergonha e o impede de declarar seu amor à bela Roxanne.

Sinopse
No século XVII, Cyrano, espadachim e poeta, ama sua prima Roxanne, mas não se declara, porque tem vergonha do nariz descomunal. O próprio diretor e Jean-Claude Carrière (roteirista de Luis Buñuel e de “A Insustentável Leveza do Ser”) adaptaram quase ao pé da letra a peça em versos de Edmond Rostand (1868/1918), encenada pela primeira vez em 1897. Há várias adaptações para o cinema (inclusive a excelente comédia interpretada por Steve Martin e Daryl Hannah, “Roxanne”), mas esta, com reconstituição de época irrepreensível, é a mais fiel e mais imponente, tendo recebido vários prêmios, inclusive o de melhor ator para Depardieu no Festival de Cannes (ele também foi indicado para o Oscar).

Cyrano de Bergerac e Madame Bovary na TV
Este mês no canal a cabo Eurochannel: “Cyrano de Bergerac” e “Madame Bovary”, indico ler os dois livros e depois assistir os filmes ou vice-versa, ótimos filmes O “Cyrano” é fácil de locar, vende até DVD, agora o “Madame Bovary” é uma relíquia, uma locação pode custar entre 30 a 70 reais e o vídeo está em torno de 100 reais, um absurdo!! Quem tiver TV a cabo vale a pena.


Texto escrito em português e francês.